A última carta

Eu te escrevi a primeira carta, você nem sequer leu. Você nem sequer viu o quanto eu chorei. O quanto a carta ficou úmida de minhas lagrimas, e agora você se foi e não me disse sequer adeus. Eu escrevi a segunda carta, nem sei para onde manda-la. Essa é a terceira, e provavelmente a ultima. Eu vou mandar para o ultimo endereço que eu me lembro que você habitou, aquele lugar onde eu te vi pela última vez. Mas vai ser a última, e eu não vou escrever o mesmo que eu escrevi nas últimas duas. Eu não vou dizer que sinto sua falta, porque você sabe que sinto. Mas eu estou te esquecendo, a cada dia que passa eu te amo um pouco menos, o que eu antes achava impossível. Não vou dizer que eu recusei vários beijos porque ainda sinto o gosto do seu, porque não é verdade. Há outra pessoa. Ele me faz rir, ele me faz sentir bem outra vez. Eu sinto até como se ele fosse melhor do que você. Se eu o amo? Não, eu não o amo. Mas estou caminhando para isso. Se eu o prefiro a você? Talvez. Eu prometi a mim mesma nessa virada de ano que iria te esquecer. E aqui estou eu no primeiro dia do ano escrevendo novamente para você. E você quer saber a verdade? Eu realmente não te amo como amava, e como eu já disse, há outro alguém, mas mesmo assim, toda noite é como seu beijo que eu sonho, com sua mão na minha, com seu sincero eu te amo. Mas sim, eu vou te esquecer, disso eu tenho certeza. Essa é minha última carta para você, não te escreverei mais, vou tentar ser feliz com outro alguém. Mas só não se esqueça de uma coisa, pode se passar o tempo que for, eu estarei com qualquer um, poderei até ter te esquecido quase completamente e nem chorar mais por você, mas mesmo assim vai ser em você que eu vou pensar todo dia ao anoitecer enquanto olho para nossa estrela, como nós prometemos que faríamos naquele dia, que nós pensávamos que era para sempre... 




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