Sonhos nunca se realizam.

Deixe tudo que acredita na porta porque aqui isso tudo não irá significar nada!

domingo, 22 de agosto de 2010

Desde os 4 anos até a eternidade.

"Não sei como nem por que ele se foi, ele apenas se foi. Senti uma dor no meu coração, uma dor que parecia que ele estava partido, como se o sangue não corresse mais nas minhas veias. Meu coração doía mais a cada segundo que se passava. Eu pensei que não iria ter um fim. Os dias se passaram como anos, e eu sentia falta dele, tanta falta que eu não queria mais viver se fosse longe dele. Comecei a me afastar de tudo e de todos, achei que era o melhor jeito de lidar com aquela situação. Ele voltou, sem explicações, sorriu para mim novamente, eu me senti a melhor pessoa do mundo novamente. Passei a aproveitar cada segundo ao lado dele. Lembro-me que eu deixava de andar de bicicleta para ficar ao lado dele em baixo da árvore, naquela época, eu tinha apenas 5 anos, um ano antes ele havia ido embora, eu pensei que quanto mais tempo eu passasse perto dele seria melhor. Minhas amigas brincavam com nós dois. 'Lara e Pietro em baixo da arvore, se beijando...'. Eu ria, ele ria. Passou-se anos novamente, desta vez eu estava com 7 anos e tudo que eu queria era estar ao seu lado. Ele disse que ia embora. 'Por quê?' Eu perguntei. Ele apenas me abraçou e disse que me amava, ele me amava. Eu não sabia o que era amor, sabia apenas que era o sentimento que meu pai tinha por minha mãe. Me senti feliz ao saber daquilo. Disse que o amava de volta, sem nem saber o que realmente era aquele sentimento. 'Amor'. Mais anos se passaram, doía saber que ele estava longe de mim, mas eu esperava ele, o meu amor. Eu tinha desta vez 15 anos, quando ele voltou. Ele estava lindo, tão lindo. Me abraçou e logo depois me apresentou uma garota. Ela era linda. Ele disse que a amava. Tudo parou naquele momento. 'Como? Achei que você me amasse... Mas você disse que me amava!' 'Eu tinha apenas 9 anos, não sabia o que era o amor'. Eu corri, e aquela sensação de coração quebrado aumentou cada vez mais forte. Eu desejei que ele morresse, até que finalmente fiz 20 anos, conheci o Dereck, ele era legal, ele me fazia rir. Casei-me e tive filhos. Eu gostava do Dereck, isso era lógico. Mas nunca chegou a ser amor, e ele sabia disso. Mas ele não se importava, ele apenas estava feliz ao me ter ao lado dele. Eu amava o Pietro, desde meus quatro anos de idade, mesmo não sabendo o que era amor, eu o amava. E eu esperei, até vê-lo novamente, tinha já 50 anos, filhos formados em faculdades e o Dereck já havia falecido. 'Você está bem?' Ele me perguntou. 'Sim. E você?' 'Sim.' Como antigos amigos, conversamos a tarde toda, e todos os dias após aquele. Eu o ajudei quando sua esposa faleceu, ajudei até quando descobriu que ia morrer. Eu o amei, até o ultimo segundo de sua vida. Toda minha vida. Mesmo não sendo recíproco o sentimento, eu o amei. E eu sempre soube disso, desde meus quatro anos quando eu tive saudades dele, eu o amei. E sempre o amarei. Porque isso é amor, pra amar não precisa idade, raça ou conta bancaria. Você ama quando você troca sua bicicleta rosa que ganhou no natal por alguns segundos em baixo de uma arvore. Disso eu tenho certeza." 

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