Sonhos nunca se realizam.

Deixe tudo que acredita na porta porque aqui isso tudo não irá significar nada!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Me reencontre.


"Eu estou fingindo que entendo. Fingindo que me sinto bem. Mas não consigo. Eu estou vendo nossas fotos, e eu estou voltando ao começo. Sentindo falta do que tivemos, sentido falta de nós dois. Eu estou vendo o vento levar todas as nossas lembranças. É como um filme, mas um filme sem final. Ou melhor, um filme onde houve final, cedo demais. Eu poderia ter aproveitado mais, te amado mais. Não é que eu sinta sua falta ou algo do gênero, mas eu apenas queria me reencontrar, e para isso eu preciso te encontrar. Mas o que sou eu? Um alguém? Não, eu era um alguém, antes de você, agora sou apenas alguém que precisa de outro alguém para se completar. E eu queria voltar para outubro, e mudar tudo... Eu queria uma chance. Te reencontrar naquele parque de diversões, segurar na sua mão enquanto descemos na montanha russa, e poder te ouvir dizer: eu estou aqui, não se preocupe. E ver tudo enfim ficar bem. Gostaria de voltar a encontrar aquele seu sorriso maravilhoso, aquele sorriso que costumava ser meu e que agora só habita mês sonhos. Eu gostaria de voltar à aquele restaurante, aquele onde você me levou para conhecer sua família e me deixar vermelha ao dizer: ela é sim a mulher dos meus sonhos. Onde você tocou em minha mão e disse: Você é minha, querida. E que no final você me deixou com um buque na porta do meu apartamento com uma carta que dizia: Quer ser minha namorada? E que eu respondi com um telefonema apressado... Onde eu e você nos encontramos na piscina, naquela dia de março, aquele dia quente. Onde você usou aquela sua sunga preta e eu aquele maio de bolhinhas que você achou lindo. Onde você me afogou na piscina e me deixou aquele melhor beijo da minha vida seguido por um: vai ser para sempre. E eu acreditei. Queria voltar, ao menos até ontem, naquele quarto onde hotel onde você disse que era um basta e eu disse que estava cansada. Onde vi lágrimas escorrerem por meus olhos. E você fechou a porta com raiva. E agora aqui estou, ainda nesse quarto de hotel, escrevendo uma carta para você. Ontem, eu tive ódio de você. Hoje, ainda te odeio. Mas não pelos mesmos motivos. Ontem te odiei por ser tão grosso, patético e ridículo. Por me fazer chorar e por gritar. Hoje te odeio por ser perfeito, por segurar em minha mão e me fazer ficar dependente de você. Por dizer que me amava quando eu precisei. E por me fazer te amar. Hoje eu te odeio por estar sem você... Hoje mesmo percebi que não podia viver sem você. Não é que eu sinta saudade, porque eu definitivamente não sinto saudade, eu estou apenas dizendo que te odeio e deixando bem claro que houve um fim. Mesmo que contra minha vontade. Mas nesses meses, desde aquele dia em outubro, que eu gostaria de voltar, eu te amei. E você me amou. E esse amor é recíproco. Se eu pudesse voltar àquele dia eu provavelmente não teria feito a mesma coisa. Eu teria te amado mais, aproveitado mais, se eu soubesse que teria um fim. Sei que acabou, e era sobre isso que escrevia no começo da carta. Mas agora me lembrei de quanto te amo, e de quanto preciso de você. E eu me pergunto, por que não recomeçar? Me reencontre naquele parque, às oito horas, estarei com aquela mesma roupa, esperando você me abraçar e dizer que me ama. E aí sim, tudo ficara bem. E sabe por quê? Porque quando eu vejo você, finalmente tudo fica bem, meu querido. Finalmente meu coração bate mais forte e mais fraco e então eu percebo como tudo fica lindo ao seu lado. E não tenha medo, vai haver brigas, vai... Mas não vai ser por falta de amor, na verdade o problema é que eu te amo demais. Tão demais que sinto necessidade de te afastar de mim, mesmo que meu coração grite: você PRECISA DELE. A razão grita: Ame a si mesma primeiro. Mas por você, eu mando a razão calar a boca, se isso significa ficar ao seu lado.
Eu te amo meu querido, sinto muito por ontem, estarei sempre aqui. E quando eu digo para sempre, eu realmente quero dizer para sempre.
E por fim, uma proposta:
Vamos voltar a outubro? Mesmo estando ainda em junho".

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meio termo.

"Existem dois tipos de garotas: Aquelas que sonham em viver um grande amor e aquelas que sabem que isso não acontece na verdade. Uma vez eu conheci uma garota, ela vivia no meio termo. Ela não se encaixava no primeiro termo, nem no segundo. Mas nos dois. Era evidente o quanto ela sonhava em viver um grande amor, mas também evidente de que ela não acreditava que isso iria acontecer. E ela vivia assim, no meio termo. Nem rosa nem preto, azul. Nem all star nem salto alto, sapatilha. Nem vestido de calça jenas, saia de cintura alta. Ela não sonhava em conhecer um príncipe encantado, pois tinha certeza que isso não iria acontecer, mas mesmo assim esperava todo dia o relógio dar meia noite e fazer um desejo para uma estrela. Quando era criança já tentou fazer balé, e se apaixonou por um garoto da classe dela. Ele era perfeito. Até que ela cresceu mais e descobriu que garotos também gostavam de garotos. O fim é evidente. Apesar de tudo que acontecia na vida dela, ela continuava sorridente. Até que um dia no primeiro dia da faculdade viu o garoto mais linda que já havia visto em sua vida. Ao menos naquele momento. Seu coração de 0 foi para 1000. Ele era o único em quem ela pensava. Algo dentro dela falava baixinho: Você sabe que ele não é o príncipe, mas ela tentava ignorar isso. Ela começou a fantasiar com o dia do casamento, com os filhos, com as férias de verão. Ahh, quão maravilhosa seriam suas vidas. Até que um dia ela o viu beijando uma menina... Pode-se dizer que seu mundo caiu. E aquela parte dela suspirava: Você já sabia. Enquanto a outra pedia que ela se calasse, pois precisava de um tempo. Ela chorou, sangrou. E resolveu então exterminar aquela parte que ainda acreditava em contos de fadas. Ela chorou, tentou, chorou e chorou. Até que finalmente conseguiu: Ela havia deixado para trás tudo aquilo. Passou-se algum tempo aquele menino lindo veio falar com ela. Sem muita animação começaram um diálogo. Coisas do tipo: 'tudo bem?' 'tudo e com você?' 'tudo!'. Logo ficaram grandes amigos. De amigos amigos viraram confidentes. Até que um dia num momento rápido e eternizado ele a beijou. Aquele beijou doce. E aquela parte esquecida dela quis acordar. E então ele pediu tudo que ela sempre quis: namorar. Mas foi um não que saiu dela. Aquela parte adormecida já havia se machucado demais. E a outra parte não acreditava em nenhuma daquelas palavras. Voltaram a ser amigos. E assim ficaram. E foi assim por toda a sua vida. Ele realmente a amava. Tanto que um certo dia ela ia sendo atropelada e ele se jogou em sua frente. Naquele momento ela percebeu: sim, aquilo era amor. E aquela parte finalmente foi cicatrizada. Mas já era tarde demais, ele havia dado sua vida para ela. E ela continuou como estava, mas desta vez com as lembranças dele. Ela havia vivido um grande amor, mas ela foi tola o bastante para não dar valor.
Uma moral? Por mais que o amor lhe faça mal, nunca o deixe de lado. Porque no fim das contas, príncipes existem, só basta você querer ou não ser a princeza deles."